Uma Assembleia. Várias lições
Quem acompanhou às sessões da Assembleia Legislativa nas quais se aprovou o Projeto de Lei Complementar de autoria do Governo, alterando a estrutura da carreira do magistério estadual de Sergipe, no encerramento do ano legislativo de 2011, além de ter visto uma grande “maldade-de-fim-de-ano”, urdida à sorrelfa, pode ver também a movimentação do Governo e do seu líder na Casa de Leis para conquistar os votos mínimos necessários à aprovação da propositura, mas, de outro lado, teve uma aula de coerência, independência e coragem.
Se, de um lado, teve deputado que preferiu tirar licença relâmpago para não ter que votar contra o Governo, com a finalidade de fazer voltar o Deputado Secretário Zeca da Silva, de outro, a Deputada Ana Lucia orgulhou, mais uma vez a categoria e o agrupamento político que a elegeu.
Não é segredo para ninguém que a parlamentar do PT, sendo do mesmo partido do Governador, integra a bancada governista e costuma elogiar os feitos governamentais que trazem melhorias nas condições de vida dos mais pobres. Cumpre essa tarefa partidária como poucos deputados o fazem, ficando exposta às críticas dos seus adversários políticos.
Igualmente, a Deputada Professora Ana Lucia não esconde de ninguém que enxerga – e aponta publicamente – erros do Governo. E com a mesma firmeza com que elogia, critica. Posiciona-se; articula; tenta o convencimento do Governo e de outros parlamentares; propõe alterações; explicita as suas divergências; demonstra não ser mais um burro-de-Presépio, como se costuma chamar aqueles que apenas assentem por comodidade ou conveniência, inertes e cabisbaixos, ainda que discordem.
Naquelas sessões, como, de resto, no exercício de todo o seu mandato, da Deputada Ana Lucia tem agido assim, de sorte que angaria elogios da Direção partidária e convites, formais e informais, de partidos de esquerda para que saia do PT e a eles se filie.
Com extremada coragem, explicitou a sua divergência com o Governo e, à falta de possibilidade de convencimento, votou contra a proposta que objetiva soterrar a aplicação do reajuste do Piso Salarial do Magistério na carreira pública da qual faz parte. Foi dura; mostrou com dados orçamentários o erro da proposta encaminhada para aprovação pelo Parlamento Estadual; combateu o bem combate, sem temor de eventuais cobranças e, até, de fragilizar dentro do seu partido a sua posição, já que ficou isolada dos demais parlamentares filiados à mesma agremiação que ela.
Declarando a sua independência, traçou com clara linha a discordância ideológica – o largo e profundo fosso – que a separa da oposição. Mostrou-se, explicando didaticamente as razões, adversária dos oposicionistas que criticam apenas por não estarem no poder. “Não sou silente, não peco pela omissão, mas não caio no discurso fácil dos que querem fazer sangrar o Governo para lhe assumir o lugar e alijarem dos pobres as melhorias conquistadas nos últimos anos”, disse com palavras outras.
Coerente, tentou, a não mais poder, derrotar a proposta em tramitação e votou na defesa dos interesses daqueles que sempre, ao longo de toda a sua vida, defendeu: os trabalhadores; mais especificamente, no caso, os profissionais do Magistério.
Ao contrário do que tentam propagandear quem, com discurso falso, quer destruí-la, por oportunismo eleitoreiro, ou vingança, os que tiveram acesso, pessoalmente ou por outros meios, à atuação da Deputada Ana Lucia nas votações do fim-de-ano, puderam ver uma parlamentar preparada, combativa, militante das boas causas, defensora dos trabalhadores, uma mulher que não abre mão da sua história de vida e das suas crenças.
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