Por Sergio Santana
O ato de educar não se restringe apenas à sala de aula. O educador que compreende com maior profundidade a sua nobre função na sociedade, não hesita em contribuir para o esclarecimento e a conscientização dos indivíduos, esteja onde estiver, com quem estiver. É Assim que o professor consciente, através de um forte sindicato que legitimamente o representa, mobiliza-se em torno de reivindicações justas e necessárias, transmitindo, por efeito de sua prática, a importante mensagem de que a luta deve ser abraçada por todos que desejem ter os seus direitos assegurados.
Recentemente, tive acesso a um texto do colunista Alexsandro Monteiro Melo, do jornal Correio de Sergipe, na edição de 19 e 20 de junho, intitulado: “Os educadores mal-educados”. O autor fazia uma crítica ao ato promovido pelo SINTESE (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sergipe) que “queimou” simbolicamente, em praça pública, os 17 deputados que votaram a favor do projeto de lei enviado pelo Governo de Sergipe, sobre o reajuste dos professores. Segundo o autor, o evento se caracterizava por uma balbúrdia e não se qualificava como movimento legítimo de reivindicação, mas sim, relacionado a interesses outros. Como professor e como um filiado atuante de meu sindicato, entendo que aquele ato representou uma grande lição para aqueles que têm como função precípua, concedida pelo voto popular, legislar em favor dos direitos do cidadão. Ensinamos, com a fogueira da indignação, que não poderão repetir a atitude desonesta sem que sofram uma resposta firme, sem que todos saibam o quanto aqueles senhores e senhoras estão realmente representando os interesses e os direitos do povo.
Num passado não muito longínquo, movimentos populares eram reprimidos com força policial e violência. Hoje, tenta-se calar a voz dos oprimidos através de discursos ardilosos e bem elaborados, porém vazios e totalmente vulneráveis quando confrontados com a verdade dos fatos. Mal-educados? O caro colunista tem o direito de assim nos considerar, já que muitos confundem boa educação com postura passiva e conivente. O que o senhor não poderá dizer de nós, entretanto, é que somos mal educadores, pois, faz parte da boa pedagogia agir com firmeza para garantir o aprendizado de todos, sobretudo daqueles que ainda não aprenderam a respeitar as normas que visam à garantia dos direitos adquiridos.
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